As Boas Novas Segundo Mateus 1:1-25
Notas de rodapé
Notas de estudo
Mateus: Provavelmente, o nome grego traduzido como “Mateus” é uma forma mais curta do nome hebraico traduzido como “Matitias” (1Cr 15:18), que significa “presente de Jeová”.
As Boas Novas Segundo Mateus: Em nenhum dos Evangelhos o escritor se identifica e, pelo visto, os textos originais não tinham títulos. Em alguns manuscritos do Evangelho de Mateus, o título que aparece é: Euaggélion Katá Maththaíon (As Boas Novas [ou: O Evangelho] Segundo Mateus). Outros manuscritos usam um título mais curto: Katá Maththaíon (Segundo Mateus). Não se sabe exatamente quando os títulos começaram a ser usados ou quando foram adicionados aos manuscritos dos Evangelhos. Alguns acreditam que foi no século 2 d.C., porque existem manuscritos datados de entre o fim do século 2 d.C. e o começo do século 3 d.C. que já usavam títulos longos. Alguns estudiosos sugerem que os relatos sobre a vida de Jesus começaram a ser chamados de “Evangelhos” (que, em grego, significa literalmente “boas novas”) por causa das palavras iniciais do livro de Marcos (“Princípio das boas novas a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus”). É possível que as pessoas tenham começado a usar esses títulos, que incluíam o nome do escritor, porque era mais fácil para identificar os livros.
livro da história: As primeiras palavras do texto grego de Mateus, Bíblos genéseos (variação de génesis), também podem ser traduzidas como “registro histórico” ou “registro da genealogia”. A palavra grega génesis significa literalmente “origem; nascimento; linhagem”. Ela é usada na Septuaginta grega para traduzir a palavra hebraica toledhóth, que tem um significado parecido e é geralmente traduzida como “história” no livro de Gênesis. — Gên 2:4; 5:1; 6:9; 10:1; 11:10, 27; 25:12, 19; 36:1, 9; 37:2.
história de Jesus Cristo: Mateus mostra que Jesus é descendente de Davi por meio de Salomão, filho de Davi. Já Lucas mostra que Jesus é descendente de Davi por meio de Natã, outro filho de Davi. (Mt 1:6, 7; Lu 3:31) Na genealogia registrada por Mateus, ele mostra que José, o pai adotivo de Jesus, é descendente de Salomão. Por ser legalmente filho de José, Jesus tinha o direito legal ao trono de Davi. Tudo indica que o livro de Lucas traça a genealogia de Jesus por meio de Maria, mostrando que Jesus era descendente biológico de Davi.
Cristo: Esse título vem da palavra grega Khristós e equivale ao título “Messias” (do hebraico mashíahh). Tanto a palavra grega como a hebraica significam “ungido”. É uma referência a uma cerimônia que existia nos tempos bíblicos: quando um governante era escolhido, alguém o ungia, ou seja, derramava óleo em sua cabeça.
filho: Nas listas genealógicas da Bíblia, a palavra “filho” pode se referir a um filho, um neto ou um descendente.
filho de Davi: Essa expressão indica que Jesus é o herdeiro do pacto que Jeová fez com Davi. Jeová tinha prometido que o herdeiro do Reino seria descendente de Davi. — 2Sa 7:11-16; Sal 89:3, 4.
filho de Abraão: Os judeus conheciam a promessa de Deus de que por meio de Abraão todas as nações seriam abençoadas. Pensando nos leitores judeus, Mateus traça a genealogia de Jesus destacando que ele é o descendente legítimo de Abraão e o herdeiro da promessa.
pai: Na expressão tornou-se pai de (lit.: “gerou”), a palavra “pai” pode significar pai, avô ou até mesmo um antepassado mais distante. — Mt 1:8, 11.
Tamar: A primeira de cinco mulheres que Mateus menciona na genealogia do Messias. As outras quatro são Raabe e Rute, que não eram israelitas (versículo 5); Bate-Seba, a “esposa de Urias” (versículo 6); e Maria (versículo 16). Essas são as únicas mulheres mencionadas nesta genealogia. Provavelmente elas foram incluídas porque cada uma delas se tornou antepassada de Jesus de um modo incomum.
Davi, o rei: Embora vários reis apareçam nesta genealogia, Davi é o único chamado pelo título de “rei”. A linhagem de reis descendentes de Davi era conhecida como “a casa de Davi”. (1Rs 12:19, 20) Ao chamar Jesus de “filho de Davi” no versículo 1, Mateus destaca o tema do Reino e mostra que Jesus é o herdeiro do Reino que Jeová prometeu no pacto com Davi. — 2Sa 7:11-16.
esposa de Urias: Ou seja, Bate-Seba, esposa de Urias, o hitita, um dos guerreiros estrangeiros de Davi. — 2Sa 11:3; 23:8, 39.
Jeorão tornou-se pai de Uzias: A palavra “pai” é usada aqui no sentido de “antepassado”, como muitas vezes acontece em listas genealógicas na Bíblia. A lista dos descendentes de Davi em 1Cr 3:11, 12 mostra que houve três reis maus (Acazias, Jeoás e Amazias) entre Jeorão e Uzias (também chamado de Azarias), mas Mateus omitiu o nome deles.
pai: Essa palavra é usada aqui no sentido de “avô”, porque, na verdade, o filho de Josias era Jeoiaquim, e Jeoiaquim era o pai de Jeconias, também chamado de Joaquim e de Conias. — 2Rs 24:6; 1Cr 3:15-17; Est 2:6; Je 22:24.
Sealtiel tornou-se pai de Zorobabel: Muitos textos bíblicos mencionam que o pai de Zorobabel era Sealtiel. (Esd 3:2, 8; 5:2; Ne 12:1; Ag 1:1, 12, 14; 2:2, 23; Lu 3:27) Mas há um texto que diz que o pai de Zorobabel era Pedaías, irmão de Sealtiel. (1Cr 3:19) Provavelmente, Zorobabel era filho biológico de Pedaías, mas pelo visto foi reconhecido legalmente como filho de Sealtiel. — Veja as notas de estudo em Lu 3:27.
José: O relato de Mateus não diz que José “tornou-se pai de” Jesus. (Veja a nota de estudo em Mt 1:2.) Diz apenas que José era o marido de Maria, da qual nasceu Jesus. O pronome grego que foi traduzido aqui como “da qual” é feminino e só pode se referir a Maria. Assim, a genealogia traçada por Mateus destaca que, embora Jesus não fosse filho biológico de José, ele era filho adotivo de José e, por isso, era herdeiro legal do trono de Davi. Já a genealogia traçada por Lucas destaca que Jesus era descendente biológico de Davi por meio de Maria.
Cristo: Veja a nota de estudo em Mt 1:1 e o Glossário.
prometida em casamento: Estar ‘prometido em casamento’, ou seja, estar noivo, era considerado um compromisso muito sério entre os judeus. Um homem e uma mulher que estavam noivos já eram considerados marido e esposa, embora eles só fossem morar juntos depois de cumprirem todas as formalidades do casamento.
espírito: Esta é a primeira vez que a palavra grega pneúma aparece nas Escrituras Gregas Cristãs. Aqui ela se refere à força ativa de Deus. — Veja o Glossário.
marido . . . divorciar: Um homem e uma mulher que estavam noivos já eram considerados casados. Por isso, José podia ser chamado de marido de Maria, e Maria de esposa de José. (Mt 1:20) Um casal só podia terminar o noivado por meio de um divórcio.
anjo de Jeová: Essa expressão aparece pela primeira vez em Gên 16:7 e é usada muitas vezes nas Escrituras Hebraicas. Em cópias mais antigas da Septuaginta grega, a expressão aparece formada pela palavra grega ággelos (anjo; mensageiro) seguida pelo nome de Deus em letras hebraicas. Um exemplo disso é o texto de Za 3:5, 6 numa cópia da Septuaginta encontrada em Nahal Hever, Israel, datada de entre 50 a.C. e 50 d.C. (Veja o Apêndice C1.) Várias traduções da Bíblia mantiveram o nome de Deus neste versículo ao traduzir a expressão “anjo de Jeová”. — Veja o Apêndice A5 e o Apêndice C3 (introdução e Mt 1:20).
Jeová: Esta é a primeira das 237 vezes em que o nome de Deus, Jeová, aparece nas Escrituras Gregas Cristãs no texto principal da Tradução do Novo Mundo. — Veja o Apêndice C1.
filho de Davi: Para indicar a José o tipo de notícia que daria a ele, o anjo o chamou de “filho de Davi”. Isso deve ter feito José se lembrar da promessa que Jeová fez no pacto com Davi. — Veja as notas de estudo em Mt 1:1, 6.
levar para casa Maria, sua esposa: Para os judeus, o casamento começava quando o casal ficava noivo. O marido terminava de cumprir as formalidades do casamento quando levava a noiva para morar na casa dele. Isso geralmente acontecia num dia marcado, e parentes e amigos eram convidados para uma festa. Assim, o homem tornava público que a mulher era agora sua esposa, e a união era registrada e considerada oficial. — Gên 24:67; veja as notas de estudo em Mt 1:18, 19.
concebido: Ou: “gerado”. O verbo grego usado aqui foi traduzido como “nasceu” em uma ocorrência do versículo 16. Nos versículos 2 a 16, quando ele aparece na voz ativa em grego, ele foi traduzido como “tornou-se pai de”. — Veja a nota de estudo em Mt 1:2.
Jesus: Corresponde ao nome hebraico Jesua ou Josué, que significa “Jeová é salvação”.
para cumprir o que Jeová tinha dito por meio do seu profeta: Mateus usa muitas vezes essa expressão e outras parecidas. Pelo visto, ele queria deixar claro para os leitores judeus que Jesus era o Messias prometido. — Mt 2:15, 23; 4:14; 8:17; 12:17; 13:35; 21:4; 26:56; 27:9.
Jeová: O versículo seguinte, o 23, faz uma citação direta de Is 7:14, que diz que foi Jeová quem deu o sinal. (Veja o Apêndice C3 [introdução e Mt 1:22].) Esta é a primeira citação que Mateus faz das Escrituras Hebraicas.
Vejam!: A palavra grega idoú, que às vezes é traduzida como “veja” ou “vejam”, costuma ser usada para chamar a atenção do leitor para o que vai ser dito em seguida. Ela incentiva o leitor a visualizar a cena ou a observar algum detalhe da narrativa. Também é usada para enfatizar algo ou para apresentar algo novo ou surpreendente. Nas Escrituras Gregas Cristãs, os livros de Mateus, Lucas e Apocalipse são os que mais usam essa palavra. Em hebraico existe uma expressão equivalente, e ela é usada muitas vezes nas Escrituras Hebraicas.
virgem: Mateus cita aqui Is 7:14. O texto original em hebraico usa a palavra ʽalmáh, que tem um significado mais amplo. Pode significar “virgem” ou simplesmente “mulher jovem”. Mas Mateus cita o texto como aparece na Septuaginta, que usa uma palavra grega mais específica, parthénos. Essa palavra grega significa “pessoa que nunca teve relações sexuais”. Sob inspiração, Mateus usou a palavra parthénos para se referir à mãe de Jesus.
Emanuel: Nome hebraico que aparece em Is 7:14 e 8:8, 10. Emanuel é um dos nomes proféticos do Messias.
Jeová: Veja a nota de estudo em Mt 1:20 e o Apêndice C3 (introdução e Mt 1:24).
não teve relações com: Lit.: “não conheceu”. No grego bíblico, o verbo para “conhecer” às vezes é usado como um eufemismo, ou uma forma mais suave, para se referir às relações sexuais. O mesmo acontece com o verbo hebraico para “conhecer”, que foi traduzido em Gên 4:1, 1Sa 1:19 e outros textos como “ter relações [sexuais] com”.
Mídia
Sempre que possível, os acontecimentos foram alistados em ordem cronológica
O mapa de cada Evangelho destaca uma série diferente de acontecimentos
1. Nascimento de Jesus em Belém (Mt 2:1; Lu 2:4-6)
2. Jesus é tentado por Satanás no deserto da Judeia (Mt 4:1-3; Mr 1:12, 13; Lu 4:1-4)
3. Jesus faz sua primeira viagem de pregação pela Galileia, levando seus quatro primeiros discípulos; ele provavelmente começa pela área próxima a Cafarnaum (Mt 4:23; Mr 1:38, 39; Lu 4:42, 43)
4. Nas proximidades de Cafarnaum, Jesus convida Mateus a segui-lo (Mt 9:9; Mr 2:14; Lu 5:27, 28)
5. Em um dos montes perto de Cafarnaum, Jesus profere o Sermão do Monte (Mt 5:1, 2; Lu 6:17, 20)
6. Jesus encontra dois homens possessos por demônios na margem leste do mar da Galileia; os demônios são mandados para porcos (Mt 8:28, 31, 32; Mr 5:1, 2, 11-13; Lu 8:26, 27, 32, 33)
7. Jesus é rejeitado em sua própria cidade, Nazaré (Mt 13:54-57; Mr 6:1-3)
8. Jesus faz sua terceira viagem de pregação pela Galileia; ele possivelmente começa pela área próxima a Nazaré (Mt 9:35, 37, 38; Mr 6:6, 7; Lu 9:1, 2)
9. João Batista é morto, pelo visto, em Tiberíades (Mt 14:10; Mr 6:27)
10. Depois de atravessar a região de Tiro e Sídon, Jesus alimenta cerca de 4.000 homens na margem leste do mar da Galileia (Mt 15:29, 36-38; Mr 8:1, 2, 6, 9)
11. Jesus vai para a região de Magadã; os fariseus e os saduceus pedem que ele lhes dê um sinal dos céus (Mt 15:39; 16:1, 2, 4; Mr 8:10-12)
12. Na região de Cesareia de Filipe, Pedro identifica Jesus como o Cristo; Jesus promete dar para Pedro as chaves do Reino (Mt 16:13-16, 19)
13. Jesus é transfigurado, provavelmente em um contraforte do monte Hermom (Mt 17:1, 2; Mr 9:2, 3; Lu 9:28, 29)
14. Provavelmente enquanto está na Pereia, Jesus prediz novamente sua morte e ressurreição (Mt 20:17-19; Mr 10:32-34; Lu 18:31-33)
15. Jesus chega em Betânia; Maria derrama óleo perfumado sobre a cabeça e os pés de Jesus (Mt 26:6, 7, 12, 13; Mr 14:3, 8, 9; Jo 12:1, 3, 7, 8)
16. No monte das Oliveiras, os discípulos perguntam para Jesus qual será o sinal da presença dele (Mt 24:3; Mr 13:3, 4; Lu 21:7)
17. Em Jerusalém, Jesus realiza a primeira Ceia do Senhor (Mt 26:26-28; Mr 14:22-24; Lu 22:19, 20)
18. Judas sente remorso e se enforca; os sacerdotes compram um campo que passa a ser chamado de Campo de Sangue (Acéldama) (Mt 27:3-8)
19. Jesus é levado ao palácio do governador e é interrogado por Pilatos (Mt 27:11-14; Mr 15:1, 2; Lu 23:1-3; Jo 18:33, 36, 37)
20. Jesus é sepultado (Mt 27:57-60; Mr 15:43-46; Lu 23:50, 52, 53; Jo 19:38, 40-42)
21. Na Galileia, Jesus dá a ordem de ir e fazer discípulos (Mt 28:16-20)
No século 1 d.C., os métodos de construção de casas em Israel variavam de acordo com a condição financeira de quem construía e com os materiais disponíveis. Muitas casas pequenas eram construídas com tijolos de barro secados ao sol ou com pedras brutas. Era comum rebocar as paredes internas. Em geral, o chão era de terra batida, mas em algumas casas o chão tinha revestimento. O teto era feito com galhos, canas e traves que se apoiavam em vigas de madeira sustentadas por colunas de madeira. Por cima, colocava-se uma camada de barro, que servia como reboco e dava certa proteção contra a chuva. Os moradores podiam subir ao terraço por meio de escadas comuns ou, nas casas mais pobres, por meio de uma escada de mão colocada do lado de fora da casa. Os pobres tinham bem poucos móveis.